Conquista: Polícia apreende mais de R$460 mil em residência de chefe do cartório

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A Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 460 mil na casa do chefe do Cartório do 1º Ofício de Registro de Imóveis e Hipotecas da cidade de Vitória da Conquista, Antônio Carlos de Jesus Bramont, que foi preso na operação Factum da Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (3). Um “cartório paralelo” foi localizado pelos policiais no imóvel.

Foram encontrados na casa R$ 71.780 em espécie, R$ 390 mil em cheques (datados de 2015), U$ 2.707 e 10 francos suíços. Antônio Carlos foi preso na casa dele, em Vitória da Conquista, em cumprimento a um mandado de prisão preventiva depois de aparecer em um vídeo, divulgado pela PF, recebendo uma “taxa de agilização” para realização de serviços de possíveis despachantes e de corretores de imóveis.

“Ele mantinha um cartório paralelo dentro da casa dele, porque ele fazia boa parte do trabalho do cartório dentro de casa. Ele fazia parte do expediente do cartório na sua casa com suas filhas. Tinha uma impressora já com papel timbrado do cartório na casa dele, o que não é permitido pelo Tribunal de Justiça da Bahia”, explicou, em coletiva de imprensa, o delegado Jorge Vinícius Gobira. Também foi cumprido um mandado de busca na casa do chefe do cartório em Salvador.

Uma das filhas de Antônio Carlos, que é considerada pela polícia um “braço direito” do pai no esquema, também foi detida. Também foram presas outras duas mulheres.

Os nomes dos presos foram divulgados pelo Ministério Público Federal (MPF-BA), que atuou em conjunto com a PF na operação.

De acordo com a Polícia Federal, o cartório deixava de responder notificações judiciais e era desorganizado propositalmente, para dificultar o andamento de serviços e assim agilizar os processos para quem pagasse a taxa.

“O cartório era desorganizado propositalmente, para que se criasse dificuldades para vender facilidades. Então, o titular cobrava uma espécie de taxa de agilização para despachantes, corretores, instituições financeiras e empresas do ramo imobiliário, para que os contratos fossem liberados mais rapidamente”, diz o delegado da PF.

Segundo a PF, dentro do cartório, ele ainda mantinha uma sala com uma película escura na janela, a fim de ocultar a prática de corrupção no local. Os valores das propinas ainda são investigados.

Todos os presos estão impedidos de exercer função pública. A polícia ainda investiga o envolvimento no esquema de construtoras que atuam na região, que não tiveram nomes divulgados. Os presos foram levados para delegacia da PF e devem ser encaminhados para presídios.

Fonte: G1